28 de ago. de 2007

JANELA PRO CÉU



FORA DA BOLHA

Artur Xexéo em sua crônica, neste domingo, comenta sobre um filme israelense - “Bubble” (para detalhes a respeito leiam o texto na revista de domingo do jornal). O que importa é a conclusão que todo mundo já sabe: “ninguém vive numa bolha”.

Trago o assunto à baila porque misturei política com o trabalho de arte que venho desenvolvendo e, de certa forma, fiquei um pouco incomodada com a ruptura. Se fossem crônicas falando sobre o belo da vida deixando de lado a indignação que algumas coisas provocam, estaria satisfeita. Mas não sei como não olhar para os lados e ver apenas a flor sem enxergar também o pária que cruza ao lado. Nem sei como esquecer Brecht quando disse: “Realmente, vivemos tempos sombrios!” Ainda assim, há fila de um ano para comprar um helicóptero! E quem os compra? Não são meus vizinhos que andam pela rua sem poder sobrevoar os buracos nas calçadas, nem isolar-se da miséria que grassa pela cidade. Quem são estes misteriosos poderosos?

Definitivamente, não quero viver numa bolha!

22 de ago. de 2007

NA MADEIRA - I







19 de ago. de 2007

Movimentos e movimento



Ih! mais abaixo, fiquei com preguiça de enfatizar que o meu CANSEI não era um endosso ao movimento “Cansei”, falava do meu próprio cansaço. Ah... a preguiça... mas todos nós erramos de uma maneira ou outra, em algum momento.

O movimento “Cansei” reflete a apatia que se espalha pela população, e mesmo não sendo contra este movimento, não faço questão nenhuma assinar embaixo. De que adianta? A proposta de uma ação efetiva seria melhor. Mesmo acreditando que para se fazer uma crítica deve-se ter uma proposta para solucionar a questão e sair do impasse, infelizmente, no momento, nada tenho a propor. Quero apenas explicar minha posição. E, também, dizer que reconheço que apesar de iniciar com o pedido de um minuto de silêncio o movimento vem fazendo bastante barulho.

Enquanto não encontro uma proposta que aponte para uma direção eficaz, fico vendo, por exemplo, que a campanha para eleger as “7 Maravilhas do Rio” está mobilizando várias cidades dentro do Estado. Em Paraty as rádios locais estão empenhadas; em Miguel Pereira, alunos de dois colégios municipais, munidos de faixas, foram votar.
Talvez seja mais fácil mesmo ir por este caminho de mobilização do que buscar a cura para uma doença que se espalha pelo país: a imunidade para os “gorilões”, como gosta de dizer uma pessoa de baixa renda que conheço.
Será que o Supremo Tribunal Federal irá transformar o inquérito do mensalão (gostamos destes apelidos: hurricane, operação navalha, valerioduto...), enfim, será que o STF vai transformar o inquérito em ação penal? Não sei. O Dirceu continua como lobista aqui e no exterior e quer anistia, o Jefferson está tranqüilo porque se o Ministério Público aceitar a denúncia, o caso nunca terá fim.
E ainda que sejam aplicadas multas de milhões que diferença fará para eles a inadimplência? Nunca vão comprar uma televisão a crédito como a plebe, excluída do Olimpo, que precisa ter seu nome limpo no SPC e Serasa se quiser ter acesso a este bem.

Quem sabe alguém me ajuda a criar um movimento que nos tire da preguiça e apatia e seja um remédio com ação eficaz para melhorar a saúde do país?

17 de ago. de 2007











CAVALO
TRANSLÚCIDO







burburinho

Chega de perder tempo com matérias de Bandidos Internacionais e em como as mentes criminosas conseguem elaborar planos para ludibriar os pobres incautos que mal conseguem comprar um celular sem que a atendente da companhia saiba qual foi o almoço do dia e se tenho grife preferida. Que dirá conseguir 150 celulares pra poder atender uma única vez.

E o que é feito dos tais celulares? Com certeza, eles não vão parar na mão do pedreiro da esquina.

Um cavalheiro economista e extremamente profissional. Estou impressionada. Deveras impressionada.

Sempre tem umas mentes que viram pro lado de lá. Se virassem pro lado de cá poderiam ser muito úteis com seus talentos usados pra, digamos, ajudar a dar a tal nova cara da Rocinha que tem uma das mais belas paisagens do Rio, que está cheia de becos, valas, burburinhos, cheiro de comida no ar e de muita gente boa, uma apinhada em cima da outra.

Tão impressionada e cheia de caraminholas estou.

Tem mais, tem mais, mas vou deixar pra contar mais tarde.

16 de ago. de 2007

URUBU SÓ sobre os atletas cubanos?

Vê só se ele não estava voando sobre os atletas: em 48 horas os dois foram deportados para sua terra natal sem passar por nenhuma avaliação de órgãos de direitos humanos ou optar por asilo político.

Entretanto, o Bandido Internacional não pode ser extraditado por causa de uma jurisprudência que impede o governo de mandar qualquer criminoso para um país em que ele seja condenado à morte ou à prisão perpétua. Ou seja, está protegido pela lei e tem seus direitos garantidos. E os rapazes cubanos sem nenhum crime nas costas não tiveram nenhuma garantia no paraíso da corrupção.

De que adiantam os protestos e os e-mails que circulam em nossas caixas postais pedindo, por exemplo, para assinar um manifesto dizendo não a CPMF, que sequer sabemos (suspeitamos apenas) o destino que irá tomar o dinheiro arrecadado?

Adianta dizer: CANSEI?

E nem adianta dizer: na próxima eleição vou anular meu voto!

Queria poder manter no coração a esperança de que encontrarei alguém que ponha os interesses da nação (do povo) acima dos seus interesses gananciosos.


CANSEI de assuntos sérios e vou voltar aos

poemas e as postagem das minhas SÉRIES.

14 de ago. de 2007

URUBU


O urubu voa nos céus do Fundão

Anunciando dias de tempestade e tormentas

A um mundo que se afunda em desacertos

Provocados por nossas ações descuidadas

10 de ago. de 2007

TRIVIAL E NÃO TRIVIAL

Trivial

e nem por isso simples e agradável: ir à lotérica e enfrentar uma fila demoradíssima, cheia de apostadores num ilusório amanhã de sorte melhor, só para pagar a conta de luz, pois o banco que toma conta de seu dinheiro tem por norma (ou convênio, sei lá) só receber esta sua conta por débito automático.

E a lotérica? um primor! Um metro e meio por dois metros de paredes feias e sujas, e cheias de parangolés pendurados, com uma fila que se estende pela calçada do shopping tipo suburbano.

Espera, tem mais: porque tem a hora do lanche tão feliz do atendente que desaparece logo antes de te atender e como não podes ir para a fila dos idosos e nem podes deixar de pagar... ficas ali parado esperando a vez.

E se fosse um servidor público... o que não seria dito dele?

Ah! mas agora a agência lotérica também faz um grande favor: você pode fazer um saque de substanciais 200 reais, que já nem rendem tanto, e também saber o saldo – impresso (pagando uma tarifa, claro), pois o “seu” banco acabou com todos os caixas eletrônicos do bairro, portanto, só é possível fazer transações bancárias mais “consistentes” noutro bairro, aonde só se chega de condução, sejam os arriscados ônibus ou as não menos arriscadas vans sacolejantes, ou então resta optar pelo uso do carro do século passado e com necessidade de reparos, sem tecnologia híbrida para emitir menos gases poluentes no meio ambiente.

E o guichê da lotérica? Não sei se todas são assim, mas esta tem uma cabine com um vidro blindex (deve ser) que vai até o balcão, com uma divisão vertical no meio, de um centímetro mais ou menos. Desta forma, o atendente sim, mas o cliente não tem a menor privacidade para fazer uma transação bancária, ainda que sejam os tais duzentos reais, e digo: se tiver um saldo generoso o melhor é evitar pedir um extrato, porque deste lado de cá, se é obrigado a falar num tom alto o suficiente para que o atendente escute. Assim, todo mundo que está apinhado ali, fica sabendo do que está se tratando, o que pode acabar com a tua segurança no caso de ter alguém não muito bem intencionado por perto.

É um bom lugar mesmo pra se fazer apostas em futuro incerto e pra quem vai gastar seu dinheiro ali, mas não pra quem quer apenas pagar uma conta.

Enquanto o banco que “cuida” do meu dinheiro fecha agências, reduz o número de funcionários e de caixas eletrônicos, piorando o atendimento ao cliente sem propor novos mecanismos, outros bancos antenados nas mudanças proporcionadas pela tecnologia buscam alternativas mais condizentes com a realidade. Eles continuam tendo lucros ao transformarem as agências em cafeterias com terminais de computador, por exemplo. Um deles, na sua matriz, apresenta exposições de arte e instalou lojas com artesanato e produtos com a marca do banco. Neste, a verba é revertida para ações sociais.

Trivial e não trivial

Está em ação o Movimento Nacional em Defesa do Estado Brasileiro que nasceu da união entre entidades representativas de Carreiras de Estado da Alta Administração do Poder Executivo Federal e propõe a reconstrução e o fortalecimento do estado brasileiro por meio da organização estrutural das Carreiras de Estado e da valorização do conceito do servidor efetivo na Administração Pública. O Movimento pagou uma página na revista Época – foi aonde vi – publicada dentro da seção Negócios e Carreira. Excelente a escolha do local. Melhor ainda é o conteúdo apontando a necessidade de o Brasil acordar e de tomar a decisão certa, bem como indica algumas prioridades para o povo brasileiro:


combater a corrupção
ao invés de reformar a Previdência retirando direitos;
defender o interesse nacional
em vez de apadrinhar os amigos;
reduzir juros
e não os investimentos;
não proibir greves, mas cumprir os acordos feitos com os trabalhadores; e
não congelar os salários dos servidores e sim diminuir o número de cargos de indicação política.


O servidor público efetivo e que trabalha de fato, vem sendo vilipendiado sistematicamente, seja em piadas, seja em obras consagradas como no Auto da Compadecida, de Suassuna, seja em sua carreira e remuneração.

Como simples exemplo, as greves empreendidas pelos servidores das Instituições Federais de Ensino parecem não afetar os outros setores e assim vemos seus resultados “sentidos” em uma nota na Coluna do Servidor, do dia 8 de agosto de 2007, assinada por Djalma Oliveira, no jornal O Dia, destacando que as matrículas não foram efetuadas e os professores que não sabem quantos alunos há em suas turmas. Apesar de a coluna pertencer ao caderno de Economia, onde está e quando foi enfocado, com profundidade, o problema gerado por uma greve de servidores no setor de Educação e o seu resultado efetivo para a nação?

Talvez encontremos uma pista no artigo de Cristovam Buarque, publicado no dia 4 de agosto, no jornal O Globo, intitulado “O espírito da Bandeira” que sugere que se no texto inscrito na bandeira “as letras dissessem `Educação é Progresso´, certamente hoje os brasileiros já seriam capazes de ler e escrever, e de reconhecer a bandeira nacional. Todos já teriam concluído o Ensino Médio com qualidade, milhões estariam em boas universidades, e o Brasil estaria na vanguarda científica e tecnológica. Já teríamos derrubado o muro da desigualdade, que nos divide socialmente, e o muro do atraso, que nos separa dos países modernos”.


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PARA VARIAR