Por quê, te ver num gesto cotidiano,
- gesto banal, tão humano -
um simples ato de lavar as mãos,
enche meu peito de terna alegria?
A água escorrendo
envolvendo suave, gostosa, macia
sobre o dorso
nas palmas
entre os dedos
O sabão espalhando-se
suif, soap, snap
soando como se fosse a primeira e única vez
em meus sentidos atentos
Intuo
os pingos contrafeitos saltando
enquanto sacodes o excesso
e
mecânicos,
os braços dirigem-se à toalha
que envolve mãos desatentas à carícia felpuda
Tua cabeça longe, formula perguntas
que respondo quase sem vontade
Tens mais o que fazer e pensar
do que perceber este ato corriqueiro
da mesma forma como é para mim
7 de out. de 2007
SIMPLES ATO
Postado por
Ana Viola
às
00:31:00
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