15 de nov. de 2007

Louvor


Folha branca, começarei a tingir em pinceladas rápidas a tua imagem insossa.

Passas agora a vibrar com imagens triunfantes, dengosas, delirantes, amorosas, reclamantes, gostosas, tolerantes, indecorosas, pedantes, glamourosas, sufocantes, charmosas, inteligentes, chorosas, cativantes, saborosas, amantes gozosas.

Desperta meu amor estruturado em tuas letras, compõe uma melodia agradável aos olhos, boa aos ouvidos. Calmante ao coração.

Transforma, rompe o limite, o valor, a necessidade de certezas, o comum.

Cria uma classe imaginária, sem regras e impedimentos.

Vence o desinteresse, a renúncia, a aceitação, a recusa.

Instaura a transgressão.

Prolifera o prazer da liberdade de criar.

Destrói os laços da lógica, da definição, da proibição, do contínuo, do ideal.

Violenta o território do possível, do suportável, do tolerado.

Busca o impossível e transforma em acontecer.

Insinua o corpo ardente em outros universos.

Abandona a característica e penetra no extraordinário.

Deseja a graça do imprevisível.

Vai, selvagem indomada e temível palavra.

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