28 de ago. de 2007

FORA DA BOLHA

Artur Xexéo em sua crônica, neste domingo, comenta sobre um filme israelense - “Bubble” (para detalhes a respeito leiam o texto na revista de domingo do jornal). O que importa é a conclusão que todo mundo já sabe: “ninguém vive numa bolha”.

Trago o assunto à baila porque misturei política com o trabalho de arte que venho desenvolvendo e, de certa forma, fiquei um pouco incomodada com a ruptura. Se fossem crônicas falando sobre o belo da vida deixando de lado a indignação que algumas coisas provocam, estaria satisfeita. Mas não sei como não olhar para os lados e ver apenas a flor sem enxergar também o pária que cruza ao lado. Nem sei como esquecer Brecht quando disse: “Realmente, vivemos tempos sombrios!” Ainda assim, há fila de um ano para comprar um helicóptero! E quem os compra? Não são meus vizinhos que andam pela rua sem poder sobrevoar os buracos nas calçadas, nem isolar-se da miséria que grassa pela cidade. Quem são estes misteriosos poderosos?

Definitivamente, não quero viver numa bolha!

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